A Cerejeira Fontes Arquitetos foi nomeada para o Edifício do ano 2023 da ArchDily, na categoria de Arquitetura Religiosa através do Projeto – Igreja Cedofeita.
A ArchDaily, uma das principais plataformas de arquitetura a nível global, é conhecida por ser uma fonte de inspiração para milhares de arquitetos. O prémio “Building of the Year” distingue anualmente os melhores projetos apresentados no site, valorizando a inovação, a qualidade construtiva e o impacto arquitetónico.
Este processo começa com um total de 4500 projetos. Após uma primeira fase de votação, esse número reduz para 75 projetos finalistas divididos em 15 categorias: Best Appplied Products, Commercial Architecture, Cultural Architecture, Educational Architecture, Healthcare Architecture, Hospitality Architecture, Houses, Housing, Industrial Architecture, Interior Architecture, Offices, Public and Landscape Architecture, Religious Architecture, Small Scale and Installations e Sports Architecture. De seguida, ocorre uma nova fase de votação, da qual emergem os 15 vencedores.
A Igreja de Cedofeita, na cidade do Porto, surge como um projeto de reabilitação na sequencia de um incendio que danificou gravemente o interior da mesma. O edifício apresenta uma estrutura monumental e brutalista em betão, sendo um exemplo representativo da arquitetura do movimento modernista do Porto.
O projeto teve de responder às necessidades espaciais deste local de culto, bem como aos concertos de música de orgão de tubos que já se realizavam na igreja até então.
Grande parte da intervenção cosistiu na limpeza do espaço e em demolições precisas, com o objetivo de restaurar os princípios e pressupostos do projeto original do arquiteto Eugénio Alves de Sousa, que se deu na decada de 1960.
De forma a valorizar a espacialidade do edifício, captar os efeitos de luz dos vitrais e destacar o grande orgão de tubos, optou-se por uma intervenção cirúrgica, silenciosa, simples e minimalista.
Assim, foi proposto um espaço livre e a aplicação de um pavimento claro, liso e nivelado, permitindo que peças centrais de celebração, como o altar e o ambão, se elevem no espaço sobre mármore – a pedra que se assume como elemento sagrado na nova organização espacial e permite o diálogo com o grande orgão e as peças escultóricas existentes.
Por fim, a iluminação artificial e a performance acústica foram cuidadosamente estudadas, tendo a intervenção resultado numa melhoria notável. O resultado final da obra obteve um grande acolhimento positivo por parte da comunidade.